terça-feira, 6 de setembro de 2011

Piassa Opa ì óh.


“Esta Iniciativa Integra o Prêmio de Interações
Estéticas – Residências Artísticas em Pontos de Cultura”.

A Bahia inspira Piassa e a equipe participante das oficinas a compor um novo layaute para os Totens.http://www.youtube.com/watch?v=1xgsVtdtDdoPIASSA®
Studio&Piassa®


Projeto Oficina de Interações Estéticas.

Atividades Desenvolvidas.

Piassa®...


No início do mês de Março, me reuni com os participantes das oficinas de interações estéticas que em sua maioria já são usuários do Ponto de Cultura CUCA, em suas múltiplas atividades e propus algumas mudanças no desenvolvimento do Projeto que estávamos desenvolvendo; Sentia a necessidade de compartilhar toda a história que envolvia o Projeto dos Totens, desde seu inicio em mil novecentos e oitenta e nove, com oficinas desenvolvidas em espaço aberto dentro do Projeto Recreio e que em dois mil e três passei a desenvolver com os Pontos de Cultura
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Acreditei que com equipe que,havíamos formado, era chegada a hora de implementá-lo com algumas mudanças no layout do Totem e achava estar com uma equipe preparada, motivada e que se mostrava disposta a desafios. A resposta foi de imediato (Opa ì óh, manda),pois nós tínhamos encontrado dificuldade em conseguir as autorizações da prefeitura para implantar os discos que estávamos construindo com as mensagens de paz nas praças do município e, se ficássemos na queda de braço com os órgãos responsáveis, o risco de não conseguir finalizar o Projeto no tempo pré – estabelecido e ter uma obra paralisada era muito grande.








Posicionei-me assim como outros participantes, a não estar dispostos ao desgaste que isso implicaria que seria o de correr atrás dos responsáveis de cada órgão envolvido, pedindo para que se agilizasse a análise e as devidas autorizações






e sem a certeza se iriamos
conseguir sua aprovação que depende de reunião e pauta de conselhos, dada a complexidade histórica que envolve as praças da capital baiana, em sua maioria tombada pelo patrimônio histórico ou em fase de avaliação e tombamento.
Studio&Piassa®


Propus que deveríamos trabalhar a estrutura do corpo do Totem, interagir em sua estrutura sem descaracterizar a forma que o consagrou e que faz uma menção a Macaíba (Barriguda), palmeira originária das regiões nordeste onde se faz uso de seu tronco para a Confecção de Tambores musicais utilizado no Maracatu e em outros ritos folclóricos (Alfaia e Tambor do Divino), que serviu de fonte de inspiração dos Totens da Cultura (Totem Pergaminho Filosófico Cultural),



e que foi admirado e aplaudida pelo ministro da Cultura Gilberto Gil que, na época fez a seguinte declaração durante a inauguração em Porto Alegre (depois retificada e assinada na Bienal de São Paulo TEIA). “Os Totem Pergaminho Filosófico Cultural confeccionados pelo artista plástico Piassa, foram idealizados com o objetivo de criar e fortalecer a identidade visual dos Pontos de Cultura. Esta forma de identificação incorpora as referências simbólicas e linguagens artísticas que intensificam o processo de construção da cidadania, dando amplidão à capacidade de apropriação criativa do patrimônio cultural pelas comunidades e pela sociedade brasileira como um todo."Palavras do ministro da Cultura Gilberto Gil".



Proposta aceita de imediato, partimos para as modificações que deveríamos fazer e voltarmos ao dinamismo que tínhamos anteriormente, perguntávamos como mudar o layout sem descaracterizá-lo. Era um momento de muita expectativa inclusive de minha parte de ter que recriar, repensar e refazer todo o caminho da criação. Voltar mesmo à origem do Projeto. Confesso que a o desafio me instiga, faz me curvar e meditar por horas sobre uma idéia, e foi exatamente o que fizemos começamos a repensar e enquanto um comentava a idéia que possuía, outro ia anotando. No final nos reunimos e



começamos a parte que acredito ser a mais dolorosa: a de destruir com questionamento as idéia que iam surgindo. Mas o processo criativo é instigante, e com muitas perguntas, que nunca devem ficar sem respostas. Já sabíamos que em nossas perguntas e respostas iríamos encontrar a solução e a forma de interagir e agregar novos valores ao design já consagrado do Totem sem que ele perdesse a sua identidade original. Resolvemos escrever tudo de forma individual e depois nos reunir e apresentar o que cada um tinha como simbologia e que pudesse representar a Bahia. Essa foi à meta estabelecida em grupo, o de agregar ao Totem algo novo que permitisse contemplá-lo e agregar informações locais alem dos pergaminhos internos, que ao serem abertos no futuro, trarão à luz as escolhas individuais de cada



participante. E dar ao layout novas linhas as já existentes, sem descaracterizá-lo de sua forma inicial, que teve o desenvolvimento com comunidades de diversos Estados, e também em respeito ao ministro Gilberto Gil, que o aplaudiu e se fez presente em vários Estados acompanhando todo o desenvolvimento de sua criação juntamente com o secretário de Programas e Projetos Culturais, Dr. Célio Turino de Miranda, e de outras autoridades e personalidades representativas como o artista Plástico Aguilar, o consagrado escultor Antonio Araujo, que honrou com sua presença uma das inaugurações e interagiu desenhando no Totem, o que motivou outros presentes como o próprio ministro da Cultura Gilberto Gil e o prefeito da capital mineira Fernando Pimentel a fazerem o mesmo.



Nas inúmeras inaugurações outras autoridades e personalidades marcaram presença e dentre elas o próprio presidente da republica Luiz Inácio Lula da Silva acompanhado do Ministro do Trabalho e do Emprego Luiz Marinho e do Ministro da Cultura Gilberto Gil, que esteve presente e inaugurou seis Totens durante sua gestão, o que fez com que a iniciativa atravessa se fronteiras e tivesse o reconhecimento de institutos dentro e fora do país conferindo visibilidade internacional. Outros representantes da sociedade também marcaram presença e dentre eles destacaria o arquiteto e urbanista Rui Ohtake, o senador Suplicy, o autor e diretor Sérgio Mamberti acompanhado de Jorge Mautner, músico e compositor, Èrmeson Leão, atleta e dirigente esportivo, Prof. Danilo Santos de Miranda diretor estadual do SESC e Manoel Francisco Pires da Costa, Presidente da Bienal São Paulo, que deixaram suas marcas quer por grafismo estilizado ou pela simples assinatura no corpo da obra.



Em nossa oficina, a procura simbólica se tornou um desafio a cada participante. Resolvi então relatar aos grupos de trabalho os meus questionamentos durante o desenvolvimento da obra e porque decidi desenvolver meus trabalhos de arte de forma coletiva. Em determinada época fazendo uma releitura histórica dos mestres, fui descobrindo o prazer, mas também á solidão de ser artista principalmente na área em que atuo como Artista Plástico e Historiador.



Quando se pensa em um artista circense logo se vê uma trupe; um jogador, um time; um músico uma banda ou conjunto; um ator, um elenco. Agora pense na solidão das artes plásticas, que se faz desde o momento da criação, e que eu não queria transportá-la para o momento de execução. Acreditava que a interações de outros indivíduos poderia agregar valores que não se faz presente na criação individual.



O tempo mostrou-me que fiz a escolha certa, pois ao permitir e abrir discussão com outros no momento da criação e desenvolvimento de um novo produto (obra de arte), essas interações começaram a dar dinâmica e uma ousadia até então não experimentada em minhas revelações durante as oficinas. A intenção era a de dar uma base a cada participante como se os mesmos estivessem participando desde o inicio dos primeiros traços o que acabou por se concretizar na obra da forma que hoje se apresenta.



Repartir essa experiência me fez repensar todo o trajeto e todos os questionamentos da criação desse ícone, que foge ao comum, de quando se quer sinalizar um espaço no caso os Pontos de Cultura que na maioria já existiam em muitas comunidades antes mesmo do Programa Cultura Viva.
(Comum em muitas comunidades brasileiras) a presença de mestres em seus ofícios e que partilham com os demais da comunidade seus saberes enraizados geneticamente, e que vai passando através de suas memórias todo o conhecimento.



A sociedade e o Estado não tiveram a sensibilidade de valorizar e se mantiveram a distancia e, em muitos lugares ausentes. Não que isso não ocorra hoje, mas numa escala muito menor se comparando com a época anterior a abertura política e a tomada do crescimento e a valorização do cidadão em seu próprio meio, que acredito ser a marca atual da política Cultural do ministério da Cultura: O de valorizar e dar condições ao cidadão comum que já traz com suas raízes culturais informações riquíssimas e que em muitas comunidades tinha-se vergonha de expressar,



pois era visto como arte menor! Mas bem sabíamos que atrás dessa desqualificação e discriminação havia o domínio velado; (dê ao homem a liberdade de cantar e as ferramentas e você terá de volta os instrumentos e os compositores).





A Bahia inspira Piassa e a equipe participante das oficinas a compor um novo layaute para os Totens dos Pontos de Cultura, criando um designer que permite uma maior integração com o expectador, que pode interagir tocando e girando o Totem, criar novos visuais.

Complementando o histórico do Totem, discriminei sua trajetória ate que se chegasse a forma atual, mostrando as etapas percorridas em vários Estados e as comunidades envolvidas, pois o Projeto é de minha autoria, mas o nascimento, se assim podemos dizer, e a forma atual se deve a participação popular de todo o Brasil
que já estavam organizadas em Pontos de Cultura, vinculada, ao Programa Cultura Viva que interagiram de forma coletiva. Coube a mim como artista e orientador do Projeto, agregar juntar os fragmentos numa única peça e contextualiza-la.



A cada movimento do corpo do Totem tem se uma nova leitura quer na composição das cores, que lhe confere um toque tropicalista, ou na metamorfose provocada pelos recortes e encaixes, que esse novo design permite, o que da a obra uma dinâmica espacial, agradável visualmente e que não interfere no espaço urbano.

Em minhas colocações revelei que gostaria de ampliar a superfície de intervenção do corpo do Totem, mas que eu não me admitia mudar as medidas que foram estudadas com o uso de um protótipo e disponibilizada em varias situações, junto a muros, postes, marquise e outros obstáculos urbanos, até chegar às atuais medidas, que permite visualizá-lo a uma distância de mais de dois mil metros.



Por ele ser tubular com as pontas ovais, o espaço de intervenção era reduzido, mas lhe dá leveza e despojamento sem intervir no ambiente em que se era instalado.
Todos ouviram em silencio absoluto. Me vi perante olhos aflitos e ouvidos aguçados procurando a solução do desafio proposto.



Em nossas observações encontramos muita semelhança do Cacau com as formas da palmeira Macaíba. E o resultado não poderia ser melhor. Unimos as formas da Macaíba com a do Cacau (e esse últimos ainda lhe conferiu as cores tropicais do amadurecimento do fruto que vai



do verde ao preto passando por todas as nuances e gamas de cores e os cortes longitudinal do fruto) possibilitou ampliar a superfície de trabalho permitindo à intervenção a participação de um maior numero de artistas que antes



se limitava pela curva tubular e que agora se faz em planos e usando do efeito ótico dos cortes, a possibilidade infinita de composições e movimentos. Esse movimentos são proporcionados por rolamentos internos do eixo central que serve de base.



Os movimentos têm a liberdade da energia eólica ou pela interatividade e toque dos observadores, as cores e os movimentos constante fazem de forma sutil o convite ao toque.




Outros espaços foram disponibilizados para servir de agenda informativa do Ponto de Cultura e espaço para futuros patrocinadores com suas logomarcas e que poderão ali ter seus nomes lembrados pelos integrantes dessas comunidades.

“Esta iniciativa integra o Prêmio de Interações
Estéticas – Residências Artísticas em Pontos de Cultura”.
A visão de Piassa sobre a vida através da Arte.http://www.youtube.com/watch?v=O3wYeVjryoEPIASSA®

Piassa®...Artista Plástico e Historiador titular da cadeira 41 do I. G. G. C. Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas, autor do “Projeto Fragmentos Étnico Arqueológico” e criador dos Totens “ Pergaminho Filosófica Cultural ” que identifica os Pontos de Cultura do Programa Cultura Viva.

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