
Literatura
O concetrismo literário apresenta nuances dadaístas, futuristas e surrealistas, ao menos no que respeita à exaltação e criativadade do Fazer poético. Os estudos semióticos de Pierce (e sua busca constante pelo significado dos signos) também foram extremamente importantes para a feitura da poesia concreta.
O marco inicial desse fenômeno artístico é creditado ao ano de 1897, tendo como ponto forte o poema desconcertante “Un coup de dés” de Mallarmé (a estrutura verbo-visual do poema é quem “comunica” algo, não sua temática). Posteriormente Marinetti (panfletário do Futurismo), Apollinare (que gravitou pelo Realismo, Simbolismo, Cubismo e acabou morrendo de Gripe Espanhola…), Pound (criador do Imagismo e Vorticismo, precursores do Concretismo), Joyce (e sua desintegração sintático-semântica, essa, óbvio é do Bosi) … e, em língua portuguesa, carinhas nada importantes tais como Drummond, Pessoa (em pessoa), João Cabral de Melo Neto e Sousândrade… fizeram parte do legado “genético” do Concretismo.
O que importa é a visão! Mas, apenas isso? Não! Os planos verbo-visuais se entrelaçam, arraigando-se a outros campos. A “provocação” concretista se instaura nos seguintes segmentos:
Sintático: estratificação das partes o discurso; justaposição; ruptura da sintaxe convencional, ausência de pontuação …
Léxico: uso de neologismos e siglas…
Semântico: ideogramas; trocadilhos; polissemia…
Fonético: jogos soronos; preferência aos grupos de consoantes; aliteração; assonância…
Morfológico: sepração dos radicais, dos prefixos, uso exaustivo de determinados morfemas…
Topográfico: não-linearidade; abolição do verso…uso de constelações (experimentos espaciais)…
Enquanto expressão marcante e vívida das Vanguardas Estéticas, o Concretismo, aparentemente supra-lógico (sabemos, entretanto, que a produção concretista se baseia no raciocínio lógico), configurou-se também como um movimento crítico mordaz. No Brasil, o Concretismo se fez forte na década de 50 e teve a importante contribuição dos irmãos Campos, bem como de Pignatari, por exemplo.


“Beba Coca-cola” Décio Pignatari
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